sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Tudo começou assim...

Conhecemo-nos no voltear da vida, nos arredores do mundo, nos entrefolhos dos lençóis coloridos, conduzidos pela febre das técnicas virtuais.
E foi através desses canais modernos de comunicação e relacionamento, que esgrimimos argumentos, batalhámos nas ideias, localizamos pecados e virtudes, até que o nosso desejar, o nosso pulsar das entranhas, se libertou, e aí, nosso conhecimento virtual, passou a tomar formas físicas, ideias e desejos mais acesos, acalorados, com vontades muitas das vezes concretizadas, num cruzar de gestos e de posições, que nossos olhares bebiam através das webcam, dos olhos mágicos do tempo moderno, dos sentidos mais distantes, dos desejos cruzados e por vezes escondidos.
Mas faltava-nos o melhor, o sugar dos cheiros, o passear pelos entre-folhos dos corpos, o palrar das vozes que fazem de nós, simples mortais, carnais, vivos e carentes, homens e mulheres sequiosos do bem-querer, do bem-amar, do bem-sentir, correr, dentro de nós, a seiva do transe, do tesão, do eriçar dos pelos púbicos e não só.
E foi então, que numa noite de maior desprendimento e calor, que nos corria pelo corpo acima e abaixo, que subia e descia num turbilhão de amontoados escombros pelas veias, pelas dumas de teu ventre, de teu peito, que a decisão foi tomada: tua fortaleza protetora, tua lura adestrada, tua volúpia, tua caverna de prazer, seria invadida por este senhor, teu senhor, teu cavaleiro, teu servo apesar das honrarias, que desceria até teu reino, teu castelo de núpcias, teu reduto de prazer, e ambos, tomaríamos de assalto esse devasto corpo, esse anarca do desejo, esse teu e meu pular de tesão, e abafaríamos, com beijos, abraços e penetrações pelos rios do amor, a fome de teu, de nosso, desejo.

     
Por isso, aqui estou eu.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Beijos de Bicos

Apresentado, com sucesso, a colectânea Beijos de Bicos, dedicada ao amor, onde consta o meu conto DOCE VENENO DA CAROCHINHA.